Em tudo encontramos um guardião. Foi assim no Desastre de Munique, há 57 anos. Harry Gregg seria esse salvador. Saído do relvado, para salvar as vidas dos passageiros que sobreviveram a esta tragédia.
A 6 de Fevereiro de 1958, a equipa do Manchester United, os famosos "Busby Babes", regressavam a Inglaterra depois de um jogo frente ao Estrela Vermelha (empate a 3 bolas que garantiu a passagem às meias-finais da Champions League), em Belgrado, com paragem em Munique, para reabastecer o depósito. Depois de duas tentativas de descolagem, o capitão do avião 609, James Thain decide uma terceira tentativa e aí dá-se a tragédia.
O avião não ganhou altura, bateu numa cerca do aeroporto de Munique, embatendo, depois, numa casa, acabando com uma asa partida e a cauda do avião amputada. A casa pegou fogo e um camião cisterna de combustível explodiu ao ser atingido por uma parte da fuselagem e por uma cabana de madeira.
23 dos 44 ocupantes do avião faleceram (7 jogadores, 8 jornalistas, 1 agente de viagens e outro adepto). Aqui, entra mais um herói da história d'O Mundo dos Guarda-Redes... e da vida. Harry Gregg.
O guarda-redes dos "Busby Babes" foi um dos sobreviventes, mas pensava que estava morto enquanto ganhava consciência. Com sangue a escorrer pela sua cara, pensou que tinha a cabeça arrancada e nem se preocupou em meter a mão para se sentir... até que uma luz surgiu. Os relatos contam que Harry Gregg pontapeou a cabine o suficiente para sair, salvando também outros sobreviventes, com a ajuda do capitão Thain.
Hoje, com 82 anos, depois de defender as balizas de Doncaster Rovers, Manchester United e Stoke City e de ter treinado Shrewsbury Town, Swansea, Crewe e Carlisle, o Norte-Irlandês é Doutor Honorário da Universidade de Ulster, de Belfast, e é sempre recordado como um herói ao sexto dia do segundo mês de cada ano, desde 1958. Hoje não é diferente.