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"Nas
situações de 1x1 o GR deve tentar adivinhar, caindo para um dos lados!"
O
primeiro princípio para identificar uma situação de 1x1 é a não presença de
nenhum defensor. "Se está defesa, não está GR".
Em
seguida, cabe ao GR percepcionar que tipo de situação 1x1 vai acontecer: vai
chegar antes do ATA?; vai chegar ao mesmo tempo?; vai chegar depois do ATA?
Se o GR identificar que vai chegar depois do ATA, deve
ainda observar a trajectória da bola: bola rasteira, bola a saltar, bola em
zona frontal, bola em zona diagonal; etc.
Depois de
entrar na situação de 1x1, o GR deve reduzir o espaço e ângulo do ATA e tentar
influenciar a sua acção, mas nunca caindo/antecipando.
O GR deve esperar, numa posição-base tão baixa quanto
for a proximidade da bola em relação a si e à sua baliza, com os apoios fixos e
orientados para a bola, preparado para situação de remate ou drible.
Assim, aumenta as suas probabilidades de defender a
bola!
"Nos "penaltys" o GR tem de reagir ao
remate!"
Na
actualidade, já existem diversos estudos que demonstram que é impossível um GR
ser eficaz na defesa de grandes penalidades, se apenas reagir ao remate.
O GR deve esperar o máximo tempo possível imóvel, não
fornecendo pistas ao rematador e tentando retirar indicadores da acção do mesmo,
mas deve agir momentos antes da bola partir.
No
futebol profissional, existem diversos indicadores estatísticos que podem
ajudar o GR a "escolher" o lado para onde deve cair. Tentar
desconcentrar e influenciar o rematador a fazer o que o GR quer é tarefa
obrigatória.
Acreditando que a bola é batida para o lado que
"escolhe", o GR deve garantir que nesse lado a bola só entra se for
muito forte e bem colocada.
"O
GR nunca pode cruzar apoios nos deslocamentos!"
É verdade
que o deslocamento cruzado afasta momentaneamente o GR da sua posição-base. Se a velocidade e distância percorrida pela bola
permitir, o GR deve utilizar deslocamento lateral simples (sem cruzar apoios).
Mas
existem diversas situações que obrigam o GR a ter de ser mais rápido para se
posicionar correctamente e, nessas situações o GR pode e deve cruzar apoios.
"Nos
remates, o GR deve sempre "fechar o ângulo"!"
A distância da bola para a baliza, o tipo de remate e opções
do rematador é que ditam o posicionamento do GR.
Para determinado remate, a melhor opção do GR é
reduzir o ângulo do atacante, mas em outras situações, o melhor pode ser
abdicar dessa redução e tentar ganhar mais tempo de reacção, aumentando a
distância para a bola.
As regras
são simples, mas podem ser confusas e existem situações em que é correcto escolher
uma ou outra opção.
Grande
distância corresponde a uma maior necessidade de aumentar tempo de reacção, até
pelas possíveis variações da trajectória da bola e por essa trajectória ter
maior probabilidade de se afastar da posição do GR.
Curta
distância corresponde a uma maior necessidade de redução do ângulo do atacante,
pois existe maior probabilidade de a trajectória da bola aproximar-se do GR..
Se o GR
prevê um remate em força, a redução do ângulo do atacante pode ser a melhor
opção, dependendo da distância (não é válido para remates de longa distância).
Se o GR
prevê um remate "em jeito", a melhor opção é ganhar tempo de reacção,
dependendo da distância (não é válido para remates de curta distância).
Não nos
podemos esquecer que o posicionamento do GR também influencia as opções do
rematador. Um GR que opte exclusivamente pela redução independentemente da
distância e do tipo de remate que prevê, terá muitas dificuldades em contrariar
alterações provocadas pelo rematador.
"O GR nunca defende com a mão contrária!"
O GR
actual deve ser muito completo e apresentar uma enorme quantidade de recursos
técnicos.
Em
situações de defesa de baliza, o GR deve procurar realizar a defesa mais
simples possível.
Se
possível, deve recepcionar todas as bolas e evitar acções em queda, utilizando
deslocamentos.
Se for impossível evitar a queda, deve mesmo assim
procurar recepcionar a bola, utilizando as duas mãos para a pega da bola.
Os
desvios só são utilizados quando não é seguro agarrar a bola. Esses desvios
devem ser efectuados a duas mãos, excepto nos remates que são colocados em
zonas-limite, em que o GR só chega utilizando uma mão.
Em diversos remates, colocados na zona lateral
superior da baliza, o GR só conseguirá desviar com uma mão e, muitas vezes, o
melhor recurso (a mão que chega mais longe) é a mão contrária.
- Treinador de guarda-redes do SL Benfica B;
- Ex-treinador de guarda-redes da formação de Real Massamá e Sporting
- Licenciado em Ciências de Desporto pela Faculdade de Motricidade Humana
- O conteúdo aqui disponibilizado é exclusivo de O Mundo dos Guarda-Redes, qualquer reprodução não mencionada ou plagiada será sujeita aos devidos procedimentos.
Perfil do treinador O Mundo dos Guarda-Redes
- Treinador de guarda-redes do SL Benfica B;
- Ex-treinador de guarda-redes da formação de Real Massamá e Sporting
- Licenciado em Ciências de Desporto pela Faculdade de Motricidade Humana
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