Entrevista a Daniel Fernandes, guarda-redes do Panthrakikos


No Panthrakikos por empréstimo do Twente, Daniel Fernandes, aos 30 anos, internacional Português por duas ocasiões, esteve no Mundial'2010 sem jogar, e com passagens pela selecção sub-20 do Canadá, Daniel Fernandes tem uma história peculiar e que faz dele um dos maiores nómadas d'O Mundo dos Guarda-Redes.

Canadá, Portugal, Espanha, Alemanha, Holanda, Roménia e Grécia. Nestes 7 países, o guardião de 30 anos trabalhou em 12 clubes, percorrendo diversas culturas desde 25 de Setembro de 1983, quando nasceu, no Canadá.


Nasceu em Edmonton, mas é a camisola de East Vancouver que enverga em todos os jogos, por baixo do manto do seu clube. Aqui, em O Mundo dos Guarda-Redes, Roberto Rivelino dá a descobrir alguém que ama Portugal e que quer ser melhor a cada dia de trabalho.

Roberto Rivelino: Neste Verão assinou um novo desafio, no Panthrakikos. O que espera alcançar, profissionalmente, durante e após esta época?
Daniel Fernandes: É um clube pequeno, mas muito sério. Venho para jogar e ajudar o clube a ficar na Super Liga.

RR: O que é que a Grécia tem de tão especial para si, estando no país há 9 anos?
DF: A vida aqui é muito boa, como as praias, a comida, é um povo com alegria. Há muita coisa especial aqui. Cheguei ao PAOK, que me projectou muito, tenho amigos gregos, falo a língua perfeitamente e fiz grandes amizades aqui também.


RR: Tendo jogado em vários países (Canadá, Portugal, Espanha, Alemanha, Grécia, Holanda e Roménia), qual foi a linha comum de aprendizagem que fazem o Daniel de hoje?
DF: O meu começo no Futebol foi muito difícil, saindo do Canadá sem ninguém. Quando falo ninguém, digo que não tinha ajuda, só um sonho para jogar profissionalmente. Deus torce para mim para jogar no FC Porto e depois luto sempre para ser melhor como guarda-redes e também como pessoal. Represento-me sempre como jogador Português, no campo e fora dele. O Português só sabe ganhar.

RR: Como foi estrear-se por Portugal?
DF: Foi um momento especial, eu amo Portugal.

RR: Se hoje soubesse que a aposta em si não seria continuada, tinha optado pelo Canadá?
DF: O ano passado tive contacto, mas não respondi ao Morgan Quarry [director das equipas masculinas e olímpicas da Associações de Futebol do Canadá] até hoje.

RR: Fez uma temporada de alto nível em 2013/2014 no OFI Creta. O quão fulcral foi o trabalho de Rui Correia e da equipa técnica Portuguesa?
DF: Já estive com vários treinadores e o Rui Correia foi um grande treinador, também uma pessoa excelente que transmitiu confiança para o clube, sinto saudades dele. Um treinador muito moderno e que sabe o que precisa de fazer com os guarda-redes de dia para dia, sem inventar, só realidade de jogo.

RR: De todos os campeonatos que experimentou, qual foi o que lhe deu mais vontade de regressar?
DF: Bundesliga.


RR: A história de ter "mandado calar" o presidente do Iraklis no seu 2º dia no clube é a história "behind the scenes" mais curiosa que pode revelar? Se não, alguma que queira desvendar?
DF: Foi um momento importante para segurar o barco. O clube estava fraco e mentalmente em baixo. Fui directo para lá e ajudar os meus irmãos para ganhar e salvar o clube. Fui perfeito nesta fase porque fui para lá depois do Mundial.

RR: Quais são as suas ambições e o que é que deseja atingir até terminar a carreira?
DF: Quero ser melhor sempre e quero acabar vencedor, jogo como se jogasse o meu último jogo. Agora só deus sabe, tenho sempre fé.

RR: Pretende jogar até que idade? E depois, qual será o seu futuro depois de retirado do alto rendimento?
DF: Quero jogar mais 10 anos, depois vou ser um business man no Canadá.

RR: Nutre alguma simpatia por algum clube Português?
DF: Adoro todos os clubes Portugueses agora, mas a minha cor favorita é o azul [risos].

RR: Como é o Daniel fora de campo?
DF: Sou muito simples, directo e tenho uma imaginação enorme. Tenho uma filha e estou apaixonado por ela.

RR: Qual foi o guarda-redes que mais admirou como colega? Porquê?
DF: [Kyriakos] Tochouroglou estava comigo no PAOK nos primeiros anos, avisou-me sempre como a Grécia é. Falou comigo para ser sempre melhor. Nunca tive um colega igual a ele.

Mensagem para O Mundo dos Guarda-Redes

Muito obrigado por esta oportunidade para falar sobre mim e a minha vida de guarda-redes, aqui no mundo dos guarda-redes. Muito sucesso para este projecto de guarda-redes e para todos, todos os dias. Amén.


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