Artur Moraes: "O dispensável" que é "duro de moer" - por João Sanches, in O Jogo



Hoje, no jornal O Jogo, o jornalista João Sanches escreve um artigo sobre Artur Moraes no espaço de análise, entregando ao guarda-redes do Benfica o estatuto de "Figura" por ser considerado um "dispensável" no clube da Luz, mas que tem sido resistente e capaz de contrariar o futuro que lhe apontam.

O Mundo dos Guarda-Redes dá-lhe a possibilidade de ler o artigo na íntegra nas seguintes linhas.

"Artur, o dispensável, é duro de moer

Apalpando e medindo as emoções, é vulgar dizer-se que o futebol é o momento, mas a razão de quem governa com equilíbrio, competência, bom senso e sabedoria tem de ser imune às vertigens de tal montanha-russa. A teoria é simples, a prática é o diabo. No Benfica, Artur virou do avesso a impopularidade num par de jogos: se antes da Supertaça, ganha ao Rio Ave, estava a mais no plantel e era descartável, depois do triunfo sobre o Paços de Ferreira, na abertura da Liga, é um embaraço em corpo de gente. Para quem valida contratações e dispensas, entenda-se. A pergunta impõe-se: quatro penáltis (três mais um) defendidos em duas partidas, com influência direta nas vitórias, mudam assim tanta coisa? Na cabeça do brasileiro, sim: ele não entrega os pontos e, a meio ano de se poder comprometer sem restrições com outro emblema, dificilmente aceitará ser despachado para qualquer clube e a qualquer preço. Simplificando, venham eles! – os penáltis, os concorrentes e os camiões com notas.

A fatia indesejada da história, claro, saltou das luvas do guardião para as mãos do presidente. A decisão de excluir Artur e contratar dois guarda-redes estava mais do que tomada. Para Luís Filipe Vieira, que ainda há dias fez campanha pela redução progressiva da massa salarial, dispensar o corte (e aglutinar quatro guarda-redes no elenco) será um recuo, o que significará fragilizar-se. Um dos pormenores decantáveis do percurso (de três anos) de Artur no Benfica é a facilidade que ele tem para “arrumar problemas” a quem indica ou contrata guarda-redes para o tirarem de cena. Em 2011/12, época em que se estreou com a camisola da águia, foi o treinador Jorge Jesus quem chamou Eduardo para ser titular, estatuto que as atuações do brasileiro lhe negaram; agora coube a Vieira atrair o mediático Júlio César, além de Karnezis. Artur, “o dispensável”, distraiu-se com Oblak – que o técnico dizia “ainda não estar pronto” para a baliza dos encarnados na época passada – e perdeu o lugar, mas é duro de moer."

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